quinta-feira, 9 de julho de 2015

Carne de frango tem hormônio e antibiótico ou não? Descubra definitivamente se faz mal

por Manuela Pagan
Frango tem hormônio ou não?

É comum ouvir que a carne de frango tem hormônios utilizados nas granjas para seu crescimento. Essa informação, no entanto, é um mito. Alimentar essas aves com rações enriquecidas com substâncias hormonais ou mesmo injetá-las nas aves é proibido por uma Instrução Normativa do Ministério da Agricultura.

Seleção dos frangos

O real motivo para os frangos terem um crescimento tão acelerado está na chamada ‘seleção comercial’. Um estudo de 2014, realizado pela Poultry Science Association, uma instituição governamental norte-americana, mostrou que a escolha dos animais com as características mais atrativas do ponto de vista alimentar – como tamanho do peitoral avantajado e menor quantidade de gordura – para reprodução, aumentou em 400% o tamanho do animal de 1957 a 2005.
A pesquisa mostrou também que essas escolhas alteraram os órgãos dos animais, que agora tem intestinos e fígados maiores, e ainda que hoje os frangos têm menos gordura. No entanto, essa afirmação já foi questionada por outros autores, que disseram que, por ficarem confinados em pequenos espaços, os frangos hoje não gastam energia e acumulam mais gordura.

Essas alterações também fizeram com que machos e fêmeas da espécie se parecessem cada vez mais, sofrendo uma dismorfia sexual, ou seja, perdendo algumas das características de seu sexo, como o tamanho do peito.

Outro estudo, apresentado no Encontro Anual de 2010 da American Society of Clinical Oncology, comparou a quantidade do hormônio nas carnes bovina e de frango provenientes dos Estados Unidos, Japão e Brasil. Os maiores níveis de hormônio foram encontrados no frango japonês e no frango e na carne vermelha norte-americanos.

No frango brasileiro foram encontrados os níveis mais baixos de hormônio, considerados como naturalmente produzidos pelo animal.

Antibióticos na carne de frango

Os antibióticos, por sua vez, podem ser utilizados na produção do frango desde que sua administração esteja de acordo com as normas do Ministério da Agricultura. É preciso que a droga seja dada na quantidade e momentos certos, permitindo que o organismo do animal metabolize e elimine completamente a droga antes que ele chegue ao prato.

No Brasil, o medicamento pode ser usado tanto na prevenção de doenças quanto na promoção de crescimento. Nesse caso, o antibiótico é utilizado para eliminar alguns micro-organismos da flora intestinal e, consequentemente, intensificar a absorção de nutrientes.

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IBDC), em 2010, analisou 14 amostras de frango e não encontrou resíduos de antibióticos. É função dos órgãos governamentais fiscalizar periodicamente para determinar se a lei está sendo respeitada.
Resistência aos antibióticos e risco de doenças
Mas a maior preocupação de órgãos nacionais, como a Anvisa, e internacionais, como a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura)e a OMS (Organização Mundial de Saúde) em relação ao uso de antibióticos na produção de frangos é surgimento de resistência antimicrobiana.

Funciona assim: como os animais são invariavelmente expostos a diversos antibióticos, seus corpos criam resistência cada vez maior a esses remédios, o que torna mais fácil a contaminação da carne e, consequentemente, a disseminação de doenças entre os seres humanos.

Um grupo da Anvisa dedicado somente ao estudo desse fenômeno, o Prebaf ( Programa Nacional de Monitoramento da Prevalência e da Resistência Bacteriana em Frango), realizou uma pesquisa em 2.710 amostras de carne de frango e encontrou que 98% estava contaminada com enterococos e 3% possuía salmonela.

Foram encontrados também elevados percentuais de resistência aos antibióticos que, segundo a Agência, alertam para uma condição de risco à saúde pública.

Faz mal, afinal?

Por enquanto, é possível dizer que a carne de frango é perfeitamente saudável para alimentação. Os estudos que relacionam antibióticos, bactérias mais resistentes e transmissão de doenças em seres humanos não contraindicam o consumo, mas chamam atenção para a necessidade de fiscalização mais rigorosa e para novos protocolos de medicação das aves.

No entanto, se você quiser evitar o consumo de frangos que receberam antibiótico, uma opção é optar pelas aves provenientes da agricultura verde, que são criadas com menos medicação, em ambientes abertos e seguindo medidas mais amenas de criação.

Créditos:
www.bolsademulher.com

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