sexta-feira, 20 de março de 2015

Faço dieta e não emagreço: veja hábitos que prejudicam a perda de peso
Rosângela Espinossi/Ponto a Ponto Ideias
Você faz dietas e não emagrece? Corta carboidratos do cardápio, ingere produtos diet e light e nada de perder peso? Ou então, perde e depois ganha tudo de novo. Talvez você esteja boicotando a si mesmo e não seguindo um importante princípio para manter o corpo em forma e saudável: apostar em um trabalho lento e individual. Especialistas são unânimes em afirmar que a perda de peso deve ser acompanhada por um médico, capaz de indicar as melhores soluções para cada pessoa.
“Não existem fórmulas mágicas. A visão moderna para se abordar o problema da obesidade hoje é saber como aquele paciente é de forma particular, saber como seu metabolismo reage, adequando o tratamento a ele”, afirma o clínico geral e psiquiatra Cyro Masci, autor do livro Biostress – Novos Caminhos para o Equilíbrio e a Saúde. “É preciso analisar os fatores emocionais, bioquímicos, biológicos de cada pessoa”, acrescenta.
O endocrinologista Alfredo Cury, do Spa Posse do Corpo, em Petrópolis, Rio de Janeiro, lembra que dietas podem até dar certo em curto espaço de tempo, mas é recomendável sempre uma alimentação balanceada aliada à prática regular de exercícios físicos. O também endocrinologista Pedro Assed concorda que emagrecer requer mudança de hábitos e demanda sacrifícios, mas garante que os benefícios valem a pena.
“O que importa é ganhar mais saúde, qualidade de vida e longevidade. E o peso na balança não é o principal. Em muitos casos, perde-se gordura e ganha-se massa muscular”, acrescenta Cyro Masci. Segundo ele, a cada 10 pessoas que procuram mudar suas vidas em relação à saúde, seis querem perder peso. “Esta é a queixa inicial, mas o que procuram é uma mudança no estado global, de equilíbrio do organismo.”
Vale lembrar ainda que determinadas doenças, estresse e outras atitudes contribuem para o insucesso do emagrecimento. A seguir, veja 10 motivos que podem atrapalhar a perda de peso e, por consequência, uma vida saudável e equilibrada, física e emocionalmente.



Começar uma dieta sem procurar um especialista
“Cada organismo possui necessidades específicas e individuais, e por isso o acompanhamento de um nutricionista é essencial”, afirma Cury. De acordo com Masci, o antigo modelo mecanicista era simples: ‘Se diminuir a ingestão de calorias e aumentar o gasto delas, eu vou emagrecer’. “Tal modelo serve apenas para a minoria. A maioria não consegue emagrecer comendo pouco porque o metabolismo está alterado. Por isso é necessária a abordagem individual”, detalha o especialista.




Excluir um grupo de alimentos
O corpo precisa de carboidratos, proteínas e gorduras em quantidades adequadas. “Uma dieta que elimina completamente qualquer um destes grupos pode causar problemas em longo prazo”, explica Cury.

Assed lembra ainda que pular refeições, colocar metas extremamente rígidas em curtos espaços de tempo e não comer verduras, legumes e fibras estão entre os inimigos da perda de peso.


Não comer carboidrato à noite
Muitas pessoas pensam que comer arroz, pão e batata após as 18h é proibido. Segundo Alfredo Cury, realmente o metabolismo à noite apresenta menor atividade, mas o corpo continua funcionando até quando dormimos. “Portanto, o grande segredo é comer pouco carboidrato e não tirá-lo de vez”, ensina.



Ficar muito tempo em jejum
O corpo costuma fazer uma reserva energética, o que atrapalha a aceleração do metabolismo. “O ideal é que a pessoa faça refeições leves a cada três horas. Se passar desse tempo, o corpo economiza no gasto calórico e o metabolismo fica mais lento. É a forma de ele estocar energia para prevenir a falta. Logo, a pessoa pode engordar”, ensina Alfredo Cury.


Este comportamento do metabolismo é uma herança ancestral de nossos antepassados que passavam por privações decorrentes da fome e das guerras. De acordo com Cyro Masci, se o indivíduo fizer uma dieta severa, num primeiro momento perde peso corporal, mas, em seguida, o corpo vai perceber essa falta de comida e dizer “olha, eu tava certo, esse individuo está em escassez alimentar, vou estocar o que eu puder”. Assim, na primeira oportunidade, começa a guardar gordura, daí o efeito sanfona decorrentes das dietas.

“Hoje já sabemos que existem hormônios e neurotransmissores ligados à sensação de fome. O principal hormônio que promove aumento da fome é a ghrelina, produzida no fundo do estômago, e suas concentrações aumentam em períodos de jejum. Com isso, se o indivíduo passa muito tempo sem comer, maiores são os níveis de ghrelina circulantes e maior será sua fome quando for fazer a próxima refeição”, explica Pedro Assed.


Consumir somente produtos diet ou light
Engana-se quem acredita que produto diet é a melhor escolha para perder peso. De acordo com Cury, o chocolate diet, por exemplo, não contém açúcar, mas apresenta maior quantidade de gordura e, consequentemente, maior quantidade de calorias que o chocolate comum. “O consumo em excesso de produto light pode resultar na ingestão de uma quantidade igual ou até maior de calorias, comparada ao consumo moderado de algum alimento não light”, acrescenta. Masci lembra também que a escolha de refrigerantes com zero calorias é outro erro. “Ao se analisar a composição nutricional desses produtos, há maior quantidade de sódio. Se consumido em grandes quantidades, o sódio faz a pessoa reter líquidos, prejudicando o emagrecimento”, adverte.


Não realizar atividades físicas
Para conseguir a almejada perda de peso, não adianta apenas intensificar seus esforços na alimentação. De acordo com os especialistas, é preciso a prática de atividade física regularmente. “Porém, em alguns casos, por questões hormonais, o processo de emagrecimento é mais lento do que o normal”, explica Cury.

Realizar atividades físicas é fundamental para a aceleração do organismo. “Não adianta fazer dieta restritiva durante um tempo e não fazer nenhum exercício físico junto, pois na primeira escorregada que o indivíduo der, ganha todo o peso novamente”, alerta Assed.


Não ter disciplina
“Vejo como essencial o indivíduo ter disciplina com horários para se alimentar, trocas inteligentes e boas escolhas na alimentação”, afirma Assed. Segundo ele, perder peso requer disciplina, prática continuada de exercícios físicos, força de vontade, colocação de metas plausíveis e também de metas de longo prazo.

Para Masci, não se pode pensar apenas em emagrecer para ir a uma festa, mas a decisão deve ser abrangente e duradoura. “Dessa forma, o emagrecimento vem como consequência de uma mudança de hábito e do reencontro da qualidade vida. Com isso na cabeça, vai ser mais fácil do que se imagina.”



Acreditar em dietas rápidas
“Nenhuma mudança duradoura vem com rapidez. As pessoas que mantêm um peso bom e saudável são aquelas que fizeram metas em longo prazo e que não adotaram dietas extremamente radicais ou da moda”, afirma o endocrinologista Assef. Segundo ele, organismo e o metabolismo precisam de um tempo mínimo para entender que essa mudança de peso deve ser duradoura. “Esse tempo varia em função da quantidade de peso a ser perdido, do tempo que o indivíduo está com esse excesso de peso, do percentual de gordura corporal e de massa magra, além de levar em conta se o indivíduo está sedentário ou não.”

As dietas rápidas podem dar resultados apenas por um curto período de tempo, já que são restringidos grupos alimentares importantes nesse momento. “Quando a pessoa corta o sal ou o açúcar, por exemplo, logo vê a diferença. Mas, o que é sempre indicado é uma alimentação balanceada, depois de uma visita ao especialista”, acrescenta Cury.

Cyro Masci lembra ainda que não se pode contentar em quebrar apenas a ponta do iceberg, mas ir mais fundo. “É este objetivo de todo médico que busca o melhor tratamento daquela pessoa em particular, como um todo, não de forma generalista. O emagrecimento saudável é possível, desde que com orientação individualizada, sem se deslumbrar com uma dieta da moda, que pode gerar outros problemas de saúde.”

Ignorar o estresse
Todos os especialistas são unânimes ao afirmar que o estresse é um complicador para a perda de peso e pode até ajudar a ganhar quilos extras. De acordo com Masci, o hormônio liberado em casos de estresse crônico, chamado cortisol, dá uma ordem severa ao organismo para acumular comida, porque a substância manda uma mensagem de privação ao cérebro.

O cortisol, conhecido como o hormônio do estresse, é uma substância produzida em excesso durante os desequilíbrios hormonais. “Aumenta a ansiedade, a produção de células adiposas e ainda dificulta a queima de gorduras já existentes. A ansiedade causada pelo cortisol se manifesta como um vazio na região abdominal. Por isso, a pessoa ansiosa come o tempo todo para tentar acabar com essa sensação”, explica Cury.

Os níveis de serotonina também caem em períodos estressantes. “É importante que ela se mantenha ativa no organismo porque é a grande responsável pela sensação de bem-estar, controle do sono e do apetite, o que favorece o emagrecimento”, acrescenta o endocrinologista.

Não checar se está com problemas de saúde
Algumas doenças podem impedir a perda de peso ou até propiciar seu aumento. Por isso, é importante realizar todos os exames antes de começar uma dieta com um profissional. “É preciso analisar os fatores emocionais, bioquímicos, biológicos de cada pessoa”, explica Masci. Segundo o médico, um dos problemas que inibe o emagrecimento é a chamada fome oculta, falta de micronutrientes nas células. “Por conta disso, a pessoa acaba comendo muito mais para que um pouco de nutrientes chegue às células”, explica o clínico geral e psiquiatra.

Problemas hormonais e doenças autoimunes, como lúpus e diabetes tipo 1, também podem dificultar o emagrecimento, de acordo com Cury. “É preciso um acompanhamento médico, sem ele a pessoa, ao invés de emagrecer, pode engordar mais”, afirma.

Disfunções na tireoide é outro fator. “É uma glândula que produz os hormônios T3 e T4, que trabalham para regular os batimentos cardíacos, além de ajudarem no intestino. Quando os hormônios são produzidos em quantidade insuficiente, surge o hipotireoidismo, que deixa o corpo mais lento, dificultando o emagrecimento”, justifica o endocrinologista.

Assed lista ainda a síndrome dos ovários micropolicísticos e a síndrome de Cushing (doença que ocorre quando o corpo é exposto a altos níveis do hormônio cortisol ou outros hormônios esteroides). Tais problemas, segundo ele, podem trazer ganho de peso como um de seus sintomas. Nesses casos, o melhor é procurar um médico para fazer uma avaliação e, se for detectado algum desequilíbrio hormonal, é necessário tratá-lo antes de iniciar um plano de emagrecimento. ”Caso contrário, corre-se o risco de não ter êxito na perda de peso e ainda colocar a saúde em risco”.
fonte:http://saude.terra.com.br/erros-da-dieta/

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