terça-feira, 25 de agosto de 2015

Cheiro de peixe podre na vagina pode ser vaginose. Saiba o que é e como tratar

por Beatriz Helena
Coceira, dor durante a relação sexual, corrimento e mau cheio na vagina são sintomas de uma série de doenças que atacam as mulheres. A vaginose é uma delas. Causada por um tipo de bactéria que se aloja na região ela pode, além dos incômodos físicos, causar muito constrangimento.

A floral vaginal é constituída por diversas bactérias. Em quantidades adequadas, elas convivem harmonicamente e são essenciais para a saúde da vagina. O desiquilíbrio desses números, no entanto, pode causar inflamações e infecções com sintomas desconfortáveis e, em casos mais sérios e não tratados, graves consequências.

Doença que causa mau cheiro na vagina


Infecção causada pela alteração da flora vaginal natural, a vaginose bacteriana é comumente causada pela proliferação desequilibrada da bactéria Gardnerella vaginalis.

Sintomas

De acordo com Heloisa Brudniewski, ginecologista e obstetra, mais de metade das mulheres que são afetadas pela vaginose não apresenta sintomas. Corrimento acinzentado, leitoso e com pequenas bolhas e dor durante a relação sexual, no entanto, estão entre os sintomas da doença. “O cheiro forte, parecido com cheio de peixe podre na vagina é o sintoma mais característico”, explica.

Além dos sintomas físicos, o constrangimento é outro problema. Como o cheiro e a secreção tendem a aumentar após as relações sexuais, muitas mulheres diminuem a prática por vergonha. O medo do cheiro é outra complicação. “Como o odor é muito forte, as mulheres começam a ficar extremamente constrangidas quando estão perto de outras pessoas porque acham que todos estão sentindo o cheio”, explica a ginecologista e obstetra Flávia Fairbanks.

Causas

A causa da doença está relacionada diretamente com a alteração do pH da vagina, que gera o desequilíbrio das bactérias e permite que uma predomine sobre outra. O que origina a desarmonia, no entanto, são diversos fatores, como alimentação desregrada, higiene excessiva ou insuficiente ou o uso de antibióticos específicos, geralmente prescritos para o tratamento de infecção urinária ou sinusite.

Tratamento

“Em muitos casos acontece de a mulher não apresentar sintomas e apenas com o reequilíbrio do pH e da flora vaginal normal ela se cura espontaneamente”, diz Heloisa. Mas, a partir do momento em que o diagnóstico for feito, ela deve ser tratada.

De acordo com Flávia, antes de prescrever um tratamento com medicamento é necessário investigar quais são os fatores que estão causando o descontrole da flora. “Depois de descobrir o que está mudando o pH da vagina, precisamos buscar medidas para restaurar a flora. Geralmente o uso de alimentos com probióticos como iogurtes e leites são indicados”, explica Flávia. Já para o tratamento do quadro geralmente são indicados antibióticos orais ou vaginais.

O tratamento da vaginose deve ser prescrito e acompanhado por um médico ginecologista.

É grave?

Embora seja uma doença simples se tratada de acordo com as recomendações médicas, casos de infecção severa ou não tratada podem gerar inflamação pélvica, quadro que pode afetar o útero, as trompas e ovários podendo causar gravidez ectópica, dor pélvica e infertilidade.

Vaginose na gravidez
Em mulheres grávidas, o a doença, se não tratada adequadamente, pode estimular o trabalho de parto prematuro.

Vaginose é DST?

Embora não seja considerada uma DST, já que mulheres virgens também podem ser acometidas pela doença, a vaginose pode piora após a relação sexual. “O quadro piora com o Ph alcalino. Como o sêmen tem Ph básico, ele favorece a proliferação das bactérias”, explica Heloisa. Por isso, mesmo não sendo uma doença sexualmente transmissível, a camisinha continua sendo uma alternativa, pois evita o contato do sêmen com a vagina.

No homem, a bactéria é abrigada e, portanto, não apresenta sintomas. O tratamento para eles é indicado apenas em caso de recorrência.​


Créditos: www.bolsademulher.com Imagens:THINKSTOCK

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